Uma infância à toa, descalça e crua
Ninguém sabe quem é
Chora com fome, não tem nome
Deve ser homem, mas pode ser mulher
Levanta a mão pedindo uma grana
Alguém finge e com ilusão a engana
É uma gente sacana, afinal o que quer?
Levá-la presa para a autoridade
Coisas das grandes cidades
Não tem registro, identidade
Não tem idade!
Será mais uma presa da autoridade
E ninguem sabe quem é
Não viverá o bastante, desaparece à míngua
Nas grandes cidades, pedinte, acinte!
Calam sua língua!
E quem vai sentir sua falta
Criança jogada na rua é calamidade
É perturbação no sistema
É caso da autoridade
Principalmente nas grandes cidades
Sem ter segredos, morrerá tão cedo
Cheia de medo, mas ...
Ninguem vai sentir sua falta
Josue Ramiro Ramalho
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