segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A C I N T E

Quem é a criança pelada na rua?
Uma infância à toa, descalça e crua
Ninguém sabe quem é
Chora com fome, não tem nome
Deve ser homem, mas pode ser mulher
Levanta a mão pedindo uma grana
Alguém finge e com ilusão a engana
É uma gente sacana, afinal o que quer?
Levá-la presa para a autoridade
Coisas das grandes cidades
Não tem registro, identidade
Não tem idade!
Será mais uma presa da autoridade
E ninguem sabe quem é
Não viverá o bastante, desaparece à míngua
Nas grandes cidades, pedinte, acinte!
Calam sua língua!
E quem vai sentir sua falta
Criança jogada na rua é calamidade
É perturbação no sistema
É caso da autoridade
Principalmente nas grandes cidades
Sem ter segredos, morrerá tão cedo
Cheia de medo, mas ...
Ninguem vai sentir sua falta

Josue Ramiro Ramalho
Acinte em postal poema JRR.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Os novos mundos da poesia Intergaláctica