V E L H I C E
Oh! brava e guerreira velhice
Nunca brinques comigo
Serei também seu guerreiro
Mas não quero ser seu abrigo
O que queres de mim
Com todo teu destempero?
Sou apenas mais um pobre ser
Alquebrado e em desmantelo
Meus passos estão a vagar
Meu corpo chega a tremer
Minha'lma está em conflito
Mas não pretendo morrer
Minha vida é uma intensa fuga
Fugidia para não te envolver
Mas encontro alguns percalços
Quando estou seguindo você
Minhas mãos agora tremem
Meu mundo também se agita
Meus olhos quase não vêem
As crianças que tanto gritam
Oh! velhice tão desritmada
Por que ainda me queres assim?
Não consigo mesmo entender
O que encontrastes em mim
Solitário e pelos cantos a vagar
Sem amor, nem coisa e tal
Desprezado por todo mundo
Nos bolsos nenhum real
Essa ingrata e vil sociedade
Que vira às costas a velhice
Não repara em seus idosos
Em sua tremenda burrice
Bravo e guerreiro tempo findo
Sinto meu fim se aproximar
Mas quando chegar a hora
Não deixe ninguem chorar
Deixo aqui minha mensagem Não reparem na minha roupagem
Para quando eu deixar de existir Abram caminho que estou a partir.
Josue Ramiro Ramalho
Vamos falar de poesia, humor,reflexões,notícias, política etc.Venha conviver com a poesia. É aqui onde devemos diversificar a página ao máximo com postagens práticas, ilustrativas, interessantes e atrativas para você. Agradeço sua presença. Aqui a poesia vem ilustrada para satisfazer seu olhar observador. Vislumbre, curta, comente para que possamos melhorar ainda mais essa página que é sua também. VIVA A POESIA! JRR.
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