segunda-feira, 31 de outubro de 2016

E quando chegar a VELHICE...

  V E L H I C E
Oh! brava e guerreira velhice
Nunca brinques comigo
Serei também seu guerreiro
Mas não quero ser seu abrigo
      O que queres de mim 
      Com todo teu destempero?
      Sou apenas mais um pobre ser
      Alquebrado e em desmantelo
Meus passos estão a vagar
Meu corpo chega a tremer
Minha'lma está em conflito
Mas não pretendo morrer
      Minha vida é uma intensa fuga
      Fugidia para não te envolver
      Mas encontro alguns percalços
      Quando estou seguindo você
Minhas mãos agora tremem
Meu mundo também se agita
Meus olhos quase não vêem
As crianças que tanto gritam
   Oh! velhice tão desritmada
   Por que ainda me queres assim?
   Não consigo mesmo entender
   O que encontrastes em mim
Solitário e pelos cantos a vagar
Sem amor, nem coisa e tal
Desprezado por todo mundo
Nos bolsos nenhum real
     Essa ingrata e vil sociedade
     Que vira às costas a velhice
     Não repara em seus idosos
     Em sua tremenda burrice
Bravo e guerreiro tempo findo
Sinto meu fim se aproximar
Mas quando chegar a hora
Não deixe ninguem chorar
     Deixo aqui minha mensagem                                       Não reparem na minha roupagem
     Para quando eu deixar de existir                                  Abram caminho que estou a partir.
                                                           Josue Ramiro Ramalho


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Os novos mundos da poesia Intergaláctica